domingo, 31 de janeiro de 2016

Movimentos verdes urbanos, um salto de qualidade

Por Fabíola Carvalho, ativista social

As Associações de bairro das grandes cidades têm sido decisivas para a manutenção e a criação de áreas verdes em áreas urbanas.

Em junho de 2015, mais de 30 organizações da cidade de São Paulo, representando um imenso número de pessoas apresentou um manifesto em defesa das áreas verdes do município, propondo a defesa incondicional das poucas áreas verdes que ainda restam no município.

A proposta incluiu, também, a conclusão do Plano Municipal de Mata Atlântica, de um Plano Municipal de Arborização, bem como da ampliação de seus parques e praças, assim como o incentivo para a instalação de jardins verticais, tetos verdes e mini praças.

Em Belo Horizonte esta mobilização também vem ocorrendo. No dia 31 de janeiro, hoje, a partir das 13 hs, na praça APA, Bloco Parque JA, criado em 2014, a partir  do movimento de defesa pela criação do Parque Jardim América, sairá pelas ruas do bairro Jardim América, tentando aumentar a visibilidade para a causa ecológica.

No bairro Planalto uma forte mobilização ocorre pela inclusão da Mata do Planalto como área de preservação ambiental. Guerra com muitas lutas no município para tentar impedir a ocupação imobiliária deste espaço verde de tanta relevância.

No São Bento e Santa Lúcia áreas verdes também são ameaçadas pela mira das construtoras. E todos os movimentos de defesa ambiental precisam sensibilizar a classe política que, na verdade, é quem decide sobre o futuro das matas, das nascentes, dos animais e da qualidade de vida da população.
Sensibilizar a consciência dos políticos para a causa ambiental implica, também, em mostrar-lhes o quão democrática é a natureza. As árvores, as águas, os pássaros oferecem sua beleza, seus encantos e todos os seus benefícios, sem qualquer distinção.

A natureza é pura fartura em benesses e é para todos. E já que recebemos tanto, cabe a nós o mínimo: conscientizarmo-nos definitivamente de sua importância e agirmos em sua defesa e proteção.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Lia veio do Vale e trabalha há 29 anos na mesma casa


Mineira de Itinga, Maria das Graças Gomes (foto), ou, simplesmente, Lia, fugiu da seca, da pobreza e da falta de perspectivas no Vale do Jequitinhonha para tentar uma vida diferente na capital.

Há 29 anos trabalha como doméstica na casa da mesma família que a acolheu. Faz de tudo: cozinha e arruma a casa, no São Bento, mas para lavar e passar roupas tem ajuda.

Quando chegou do Vale para a casa onde ainda trabalha, a filha do casal tinha apenas seis anos. Hoje, é uma empresária que se firma no mercado, mas é também a sua confidente, a sua amiga, assim como a patroa.

Adepta dos exercícios físicos há anos, caminha no Parque da Barragem e na Bento Simão. Há seis meses, matriculou-se na Academia da Cidade, que funciona atrás da escola dos padres pavonianos. 

Vai três vezes por semana, sempre à noite, e, apesar da pequena quantidade de equipamentos, se sente satisfeita com as orientações dos professores de Educação Física que trabalham ali.

Lia não se caso. De vez em quando arruma um namorado, embora não pretenda abandonar a vida de solteira. "Sou feliz assim, não me sinto sozinha, não tenho vocação para o casamento”, confessa.

No ano passado, frequentou um curso de informática e já tomou gosto pelos passeios diários pelo computador. (Post Tetê Rios)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Cervejaria alemã fecha três vezes e vira lenda urbana. Urucubaca do 7 a 1


Lendas urbanas são aquelas historinhas contadas de boca em boca ao longo do tempo, geralmente de assombração, destinadas a incutir receios ou mesmo criar mistérios “insondáveis”.

Pois não é que depois do 7 a 1 da Alemanha em cima do Brasil em pleno Mineirão, dizem as línguas, os bávaros resolveram instalar em terras mineiras a enorme cervejaria Hofbräuhaus, a primeira da América Latina, saída diretamente de Munich para cá.

Meses de construção na avenida do Contorno, esquina de Prudente de Morais, foi inaugurada em 24 de novembro com pompa e circunstância. 

Mas deu tudo errado. Filas, mal atendimento, cerveja esquisita. Foi fechada para se adequar. E promessa de reabertura na Black Friday.

Nova reabertura e novo fracasso. Fechou de novo. E agora está fechada. Construção tipica alemã, esta cervejaria criada em 1589, quase da idade do Brasil, já está sendo falada a boca miúda.

Fechou três vezes em três meses. Está virando lenda urbana. Uma tremenda urucubaca. Que nem a lenda daquela moça do banheiro.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Foco do mosquito Aedes em plena Cidade Jardim, em área da Polícia Federal

Lixo encontrado na rua Josafá Belo, na Cidade Jardim (foto Clésio Giovani)
Com a missão de prevenir e combater o mosquito Aedes aegypti e, ainda, mobilizar os moradores quanto à importância de cada um fazer a sua parte, a Regional Centro-Sul promoveu seu segundo mutirão, abrangendo imóveis de 29 quarteirões do bairro Cidade Jardim e da Vila Monte São José.

A ação foi realizada na sexta-feira, dia 22. Foram recolhidas mais de 24 toneladas de lixo e que poderiam servir de foco para o mosquito. 

Ao todo, estiveram envolvidas cerca de 80 pessoas entre profissionais da Saúde, Defesa Civil, Limpeza Urbana, Manutenção, Guarda Municipal, além da equipe de apoio e coordenação.

Durante o mutirão, foram encontrados 18 focos do mosquito. Mereceu atenção maior um lote vago, no Cidade Jardim, rua Josafá Belo, onde foram recolhidas 10 toneladas de lixo. 

O imóvel pertence à Polícia Federal e faz parte do projeto do Museu Nacional de Ciências Forenses.

A movimentação chamou a atenção dos vizinhos, entre eles, o casal Maurício e Ana Lúcia de Menezes.


“Não sabia que existia o foco da dengue, mas já desconfiava. Pela minha janela se tem uma visão artificial”, comentou o engenheiro. “É um problema sério, pois aí virou um depósito de lixo”, emendou a pedagoga, agora mais aliviada.

A Prefeitura recolheu 18 toneladas de lixo (foto Clésio Giovani)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

No jogo da vida, o perde ganha no pôquer e no ouro


Silvio Pinto Coelho (foto) tem 78 anos, 4 filhos já criados e bem encaminhados na vida, mora no bairro Santa Lúcia, em prédio de frente para o lago do Parque da Barragem, mas nunca caminhou por ali. Ele é avesso ao esporte, caminhadas e quetais.

Gosta mesmo é de um bom bate-papo diário ali na banca do Fred com amigos de ontem e de hoje. Conversa que ele leva com humor e otimismo, mesmo com a vida atribulada que levou.

Ele foi representante comercial e jogador de pôquer, “caixeta também, mas eu gostava mesmo era do pôquer. Jogo de habilidade e montes de dinheiro crescendo na mesa, em grana ou fichas.”

Silvio ganhou muito. Mas perdeu mais, muito mais no pôquer que jogava em Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Ubá, Teófilo Otoni. 

Para onde ele viajava comprando ouro em pepitas ou vendendo joias, relógios, televisões e ações sempre havia também uma mesa de pôquer clamando por ele.

Perdeu alguns milhões em dinheiro da época, assim cash ali no pano verde, e perdeu também imóveis, como 16 apartamentos em um único prédio. Mas aí também entrou o descontrole empresarial, pois foi lesado anos a fio por empregados desonestos.

Silvio foi rico e hoje leva a vida assim, lembrando a adrenalina do passado, sem projetos para o futuro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Elvino Fonseca e seu legítimo panamá


Elvino Fonseca (foto) era empresário do ramo de farmácias, mora em espaçosa casa no Luxemburgo, está aposentado e caminha diariamente no parque com a turma das dez da manhã.

Do alto dos seus 1,83 metro não dispensa seu chapéu-panamá, que comprou no Panamá em uma de suas inúmeras viagens internacionais.

O chapéu-panamá é um acessório que, apesar do nome, é produzido no Equador (onde é chamado de El Fino), especialmente em Cuenca e Montecristi.

É fabricado com a palha da planta Carludovica palmata, encontrada no Equador e em países vizinhos, e tecida em trama fechada.

Elvino explica que o chapéu recebeu este nome porque o presidente estadunidense Theodore Roosevelt usou-o durante uma visita ao canal do Panamá, em 1906. 

Em razão disso, chapéu tornou-se moda, principalmente para homens, até a Segunda Guerra Mundial. 

Getúlio Vargas, Tom Jobim e Humphrey Bogart usavam panamás. Pela internet, os legítimos chegam a custar R$380,00.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Randolfo Paiva, o locador de ilusões


Alugar um DVD ou Blu Ray para assistir em casa com todo o conforto da poltrona, saco de pipoca, um refri e uma boa cerveja gelada ainda é uma forma de entretenimento usada pelos enamorados e pelos mais velhos, digamos pelo pessoal acima dos 40 anos.

A concorrência com as televisões a cabo, Netflix, HBO Go Max HD e a internet não tem abalado algumas pequenas locadoras de bairros, como a Star Video, por exemplo.

Localizada na estratégica Praça Cavalini, miolo de convergência dos bairros Coração de Jesus, Luxemburgo, Cidade Jardim, Vila Paris e Santo Antônio a pequena locadora sobrevive pela dedicação de seu administrador, Randolfo Paiva.

Cinéfilo apaixonado, ele é assim uma espécie de conselheiro dos frequentadores, que confiam em suas indicações, especialmente porque Randolfo as faz por conhecer cada um de seus clientes.

Aquele gosta de filmes de ação, aquela prefere as comédias açucaradas. Com a recente morte do italiano Ettore Scola, lá estavam em exposição, na banca da frente, meia dúzia de filmes do premiado diretor.

Afinal, é este dedo de prosa com alguém disposto e sempre de bom humor que mantém abertos negócios como a Star Videos.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Prefeitura e associações combatem aedes na zona sul


O perigo aumentou muito! O aviso, em vermelho, está em faixas espalhadas desde a Cidade Jardim até o São Bento. 
Assinadas pela Prefeitura de BH, elas pedem a adesão da comunidade na luta contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que, até agora, vem ganhando sucessivas batalhas dos órgãos do Poder Público municipal, estadual e nacional.
Na quinta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde de BH confirmou que investiga a relação com o zika em 13 casos de recém-nascidos com microcefalia, registrados na capital.
No centro das epidemias de dengue, zika vírus e chikungunya, o Aedes Aegypti , vetor dessas doenças, derrota repelentes, apavora famílias de grávidas e lota os hospitais da cidade.
No entanto, mais do que repelentes eficazes e campanhas educativas, o que vai mesmo derrotar o vilão dos últimos verões do país é mesmo a conscientização de cada cidadão. Afinal, até a meninada sabe que o mosquito se prolifera em águas paradas.
Na zona sul, área de influência do Parque da Barragem, já se integraram ao combate combate ao mosquito as associações de Amigos do Parque da Barragem Santa Lúcia e moradores do Santo Antônio, Cidade Jardim, Vila Paris, Coração de Jesus e São Bento.
Erradicado em 1955, como resultado de medidas para controle da febre amarela, voltou com força total no final da década de 1960, principalmente devido ao relaxamento das medidas adotadas pelo Poder Público. (Post Tetê Rios)

sábado, 23 de janeiro de 2016

Tagore, o otimista e seu bigodão


Tagore da Cruz Correia Lima (foto) é o satisfeito dono de um bigodão de fazer inveja ao cantor Belchior (foto abaixo), ao astro da TV americana nos anos 80 Tom Salleck ou mesmo ao cientista Albert Einstein, se vivo fosse.

Mas Tagore, nome em homenagem ao poeta indiano, é mesmo um otimista incorrigível. Aposentado da Caixa Econômica Federal, mora no Santo Antônio e frequenta três turmas de bons companheiros, todos em estado de graça.

A turma do São Bento, que caminha ali na Consul Cadar, o pessoal do Parque da Barragem Santa Lúcia e por último, mas não menos importante, os bons amigos que se reúnem diariamente na banca de jornais do Fred, ali na Prudente de Morais.


Tagore agora tem mais uma razão para tanta felicidade: a chegada do netinho Rafael, que ele paparica na medida de sua frequência cardíaca e flexibilidade da coluna vertebral.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Walmon, o matemático que conforta os meninos do futebol da barragem


Walmon Lage Novaes, 66 anos (foto), mora no Santo Antônio e é um misto de matemático e psicólogo infanto-juvenil dos meninos jogadores de futebol nos campos de terra do Parque da Barragem Santa Lúcia.

Walmon dedica seus finais de semana à escolinha do Robertão no parque da barragem, fazendo as vezes de auxiliar técnico e psicólogo ao confortar os garotos tirados do jogo no calor das partidas, que saem chutando tudo, xingando e chorando de raiva por serem substituídos.

O aposentado tem três filhos já criados e conhece bem o problema.

Sempre com uma palavra amiga, um abraço fraternal e uma explicação confortadora para cada um destes meninos, responsáveis pelos varais dos perdedores, aqueles fios de energia elétrica repletos de chuteiras atiradas fora pela garotada enraivecida por perder uma partida ou ser substituído num jogo (foto abaixo).

Walmon Lage Novais foi administrador e trabalhou em empresas como Cemig, Fiat e Belotur. 

Ele também é um dos frequentadores diários do grupo que se encontra na banca do Fred, na Prudente de Morais, para falar mal do governo, discutir futebol e dar boas risadas com as anedotas do advogado David Corrêa, também um aposentado de bem com a vida. 


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Tullio Marques, o cavaleiro andante no asfalto da Prudente

Tullio Marques (fotos) é tropeiro, cineasta, agitador social, o cavaleiro andante que se dedica a aventuras nas “selvas” de Nova Lima em uma área de 55 mil metros quadrados e onde o turista pode se deliciar com rapel, tirolezas, pintball, arvorismo e até com passeios a cavalo, ou muares, na serra do Curral.

Tullio Marques Lopes Filho, com dois eles, ele faz questão, é também um provocador cultural.

Criou o Museu do Tropeiro, em Ipoema, também idealizador da Estrada Real, agora está envolvido com um novo projeto, a criação do Museu Dom Bosco, no Colégio Dom Bosco, fechado e abandonado no município de Cachoeira do Campo.

Cineasta, este tropeiro urbano tem uma história tumultuada, como produtor, diretor, roteirista e ator de seus próprios filmes, como “Cocoré”, "uma web série em 19 capítulos e quase duas horas de duração".

Mas tem mais: “em Nome da Fé” e “Hoje é sempre”. Tullio Marques diz que foi co-roteirista de vários filmes do premiado diretor mineiro Nevile de Almeida, especialmente nos filmes “A Dama do Lotação” e “Rio Babilônia”.

Mas o fôlego deste tropeiro do asfalto é para pulmões de não fumantes. Morador no Coração de Jesus, frequentador da Banca do Fred na Prudente de Morais, Tullio Marques quer recuperar a bacia do enlamaçado, maculado rio Doce com turismo sustentável, seja lá o que isto represente.


Fale com o Tullio pelo telefone 31 9 9983 2356 e email: tropaserrana@gmail.com


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

As fotos de Cyro aplicadas à moda verão do grupo Cila


Quando chega o verão, ela é presença constante nas praias brasileiras e nos clubes da capital mineira. Mas, durante todo o ano, a coleção também imprime a sua marca na pista do parque da barragem, nas coloridas roupas das mulheres de bom gosto adeptas das caminhadas.

A novidade da coleção do Verão 2016 do Grupo Cila, batizada de Macronature, é que ela foi toda inspirada nos livros do fotógrafo mineiro Cyro José Soares.

Especialista na macrofotografia, arte que retrata detalhes da natureza com uma lente de aumento, Cyro nasceu em Formiga mas mora há 40 anos em BH. 

De sua Nikon e de seu olhar perspicaz saíram as imagens desconstruídas de flores, lagartas, fungos e líquens, que estampam tops, legues, shorts, faixas e mais uma infinidade de itens que compõem a moda fitness.

Consolidado no ano passado, o Grupo Cila é formado por quatro marcas: a veterana Cila, fundada pela estilista mineira Cila Borges há 40 anos, a Jump, que chegou em 1980, para suprir a demanda por roupas de academia, a TT Beachwear, da estilista Tetê Vasconcelos, filha de Cila, e a Potti Romã, de lingerie, da caçula Luiza Vasconcelos.

As fotos de Cyro emprestam às roupas a exuberância da natureza, como o verde água intenso, o azul claro vibrante, o rosa vivo e o amarelo neon. 

Sete livros publicados, analista de sistemas, a fotografia sempre esteve presente em sua vida. Viajou o Brasil fotografando os famosos mercados brasileiros, desde o Mercado Central de BH aos de Salvador, Fortaleza, Belém.

Seu último trabalho, em expedições científicas,  reúne as 147 espécies de barbeiros transmissores da doença de Chagas existentes no país. (Post Tetê Rios)


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Claudio sabe que o parque é seguro. Caminha com cordão de ouro


Alto, forte, tatuagem no braço, Cláudio Rodrigues de Souza (foto) desfila tranquilamente pela pista do Parque da Barragem com seu reluzente cordão de ouro, relógio idem, aliança também, tudo fruto de muito trabalho, como ele mesmo faz questão de dizer. Seu porte impõe respeito.

Não tem medo de ser assaltado, porque é conhecido de todos. Nascido e criado no Aglomerado Santa Lúcia, Cláudio tem dois filhos,  está no segundo casamento, e, depois de muitas estripulias na juventude, criou juízo, para felicidade de sua mãe, sempre preocupada com o filho rebelde.

Muitos de seus amigos de infância já morreram, vítimas do tráfico ou das drogas. Ele sobreviveu. Há seis anos, trabalha como porteiro e a carteira assinada lhe trouxe não somente a tão almejada estabilidade, como também a admiração da comunidade.

Acostumado a desfrutar de poucas horas de sono, admite que dá umas cochiladas durante a noite, no trabalho, mas dormir mesmo, somente em casa, depois de um plantão de 12 horas, das sete da noite às sete da manhã. 

“O porteiro é o espelho do edifício, tem de estar atento o tempo todo. Qualquer movimento suspeito, eu chamo a Polícia”, explica.

Sua segunda mulher, Cléo, foi decisiva na mudança radical de vida. Cuidadora de idosos, com excelentes referências, Cléo pode ser encontrada pelo telefone 9 8824 6286. 

Decidido, ele revela seus planos para este ano: “tirar” a carteira de habilitação e comprar uma casa. Com certeza, ele chega lá. (Post Tetê Rios)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Fred põe banca. É o psicanalista da Prudente

Fred é o dono da requisitada banca de jornais na avenida Prudente de Morais, esquina de João Clapp, pertinho da Araújo.

Frederico Lunardi (fotos) é um comerciante alegre, sempre com um sorriso no moreno rosto italiano, um vendedor de fatos e ilusões. 
Sua banca vende de tudo um pouco.

Óculos de grau chineses, cigarro picado, chaveiros, bugigangas. 

Vende até jornais.

Mas Fred/Frederico Lunardi é também um psicanalista. Sim. Ele tem um quê de ouvido bom, dá conselhos, agregou na banca uma turma de aposentados bem de vida, oferece banquinhos, água mineral, refrigerantes.

Tem até poltrona para o analisado. Que fala da ex-mulher, que xinga o patrão, que confessa dores inimagináveis, fala de amores perdidos.

E sempre compra uma coisinha ou outra.

Fred é também um bom comerciante.


domingo, 17 de janeiro de 2016

Amira tem cuidado dos direitos das crianças e dos idosos de BH


A assistente social Amira Carvalho (foto) mora na Vila Paris e, há cinco anos, frequenta a pista do Parque da Barragem, especialmente aos finais de semana. Nos dias de semana, prefere o pilates, exercício que adotou para manter a forma.

Funcionária da Prefeitura de Belo Horizonte, atualmente ela é responsável pelo gerenciamento da equipe técnica dos centros de referência que tratam da prevenção e da assistência social quando o assunto é violação dos direitos de crianças e idosos da capital.

Segundo ela, a profissão ganhou espaço justamente com a abertura desses centros, como o CRAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social – um equipamento da política de assistência social da PBH.

Embora não possa afirmar que a violação dos direitos dos idosos tenha aumentado em Belo Horizonte, ela garante que o número de denúncias cresceu muito. 

A expectativa de vida aumentou, o número de filhos diminuiu, há muitos idosos abandonados à própria sorte”, lamenta. 

Outra questão difícil de ser solucionada é a acessibilidade para as pessoas que já entraram na terceira idade, lembra a profissional.

Para Amira, o Brasil não se preparou para o envelhecimento de sua população, e somente com a implantação dos serviços oferecidos pelos centros de convivência é que a situação do idoso tem melhorado, ainda que falte muito por fazer.

Nestes centros, por exemplo, os idosos são submetidos a um check up completo, são acompanhados por assistentes sociais que tentam evitar os abusos de vizinhos, o abandono, e, ao mesmo tempo, buscam minimizar o sofrimento daqueles que dependem do atendimento público. (Post Tetê Rios)

sábado, 16 de janeiro de 2016

Santa Lúcia em dias de chuva. Muita, mas nem tanta como Macondo


Vegetação exuberante, dois PMs e uma garça. Estas a cenas desses dias de chuva no Parque da Barragem Santa Lúcia.

Os jogadores de futebol nos campos de terra adiaram suas partidas.

Os policiais Jardel e Patrício cumpriam sua jornada diária.

Os caminhantes resolveram dar um tempo. Esperam pelo sol, que a chuva é mais para a natureza do que pela natureza dos homens.

Em “Cem Anos de Solidão”, Gabriel Garcia Marquez diz que na cidade de Macondo "choveu durante quatro anos, onze meses e dois dias...O céu desmoronou-se em tempestades de estrupício e o Norte mandava furacões que destelhavam as casas, derrubavam as paredes e arrancavam pela raiz os últimos talos das plantações... A atmosfera estava tão úmida que os peixes poderiam entrar pelas portas e sair pelas janelas, navegando no ar dos aposentos...Foi preciso abrir canais para escorrer a água da casa e desimpedi-la de sapos e caracóis, para que pudesse secar o chão, tirar os tijolos dos pés das camas e andar outra vez de sapatos. "

Em Belo Horizonte, no Parque Santa Lúcia, por enquanto, sapos e caracóis ficam por ali, na beira do lago, junto às taboas, as Thypha domingensis.


Dengue, zica virus e febre chykungunya estão estacionadas no parque da barragem



A campanha de ataque ao mosquito Aedes aegypti está em todo o Brasil, em Belo Horizonte também, com inúmeros casos de infecção das três doenças transmitidas, a dengue, a febre chikungunya e a temida zica vírus.

A prefeitura atua com razoável eficiência, mas tem se descuidado de situações óbvias, observadas nas ruas, como os automóveis abandonados.

Somente na avenida Artur Bernardes, em frente ao Batalhão da PM e no próprio estacionamento do parque da barragem, foram contados mais de 20 automóveis abandonados, abertos, com sujeira, recipientes propícios à proliferação de larvas e mosquitos.


Como a prefeitura tem uma lei recente que permite o recolhimento desses carros, espera-se que eles sejam recolhidos logo, logo, ainda neste período de chuvas, e se evite estes focos de proliferação.



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Eduardo Savassi, sobrenome de respeito nas pistas do parque da barragem


O que são bairros senão casas, calçadas, ruas, comércio, gente, um recorte administrativo, a unidade de organização urbana pela qual se organizam as cidades no mundo.

Belo Horizonte tem 487 bairros, três deles com populações superiores a 28 mil habitantes: Sagrada Família, Buritis e Padre Eustáquio. São mais populosos do que 120 municípios, dos 853 existentes em Minas Gerais.

O bairro da Savassi não é um dos mais populosos, mas com certeza é um dos mais conhecidos, charmosos e referência turística da cidade. 

Seu nome veio de uma padaria fundada em 1941 na hoje praça Diogo de Vasconcelos pelo avô de Luiz Eduardo Savassi (foto), morador do bairro e frequentador das pistas do Parque da Barragem Santa Lúcia.

Eduardo Savassi é homem de comunicação. Trabalhou em estatais como a Telemig, esteve em áreas de comunicação de vários governos estaduais, tem uma vasta bagagem, experiência de sobra que agora ele empregará no apoio à implantação do Novo Parque da Barragem Santa Lúcia.


Savassi está aposentado e muito satisfeito em retornar às pistas do parque, depois de um tempo ocupado em cuidar do joelho, “ofendido” em partidas de futebol de finais de semana.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Pelé do Vôlei, o vereador da Prudente


A avenida Prudente de Morais, o importante e movimentado corredor comercial e de circulação da boa parte dos moradores na área de influência do Parque da Barragem Santa Lúcia vai ter um novo padrinho, um político identificado com a cidade, com o esporte, a saúde e o lazer.

O vereador Pelé do Vôlei  http://www.peledovolei.com.br/ esteve nesta quarta-feira na mais movimentada banca de jornais da área, a banca do Fred, na esquina com rua João Clapp, pertinho da Araújo, para ouvir influente grupo de profissionais liberais e empresários aposentados para a implantação de um Parklet na Prudente, bem por ali, de maneira a transformar os encontros do dia em agradáveis reuniões de sociabilidade entre amigos.

Pelé do Volei , nascido José Francisco Filho, prometeu interceder junto aos órgãos municipais para a implantação desta “varanda” e vai além, pretende atuar junto ao prefeito Marcio Lacerda para melhorar as calçadas dos bairros de influência do Parque da Barragem, fazendo cumprir a lei municipal que determina a manutenção dos passeios por conta dos proprietários dos imóveis.

Nada de calçadas esburacadas, sujas ou com obstáculos que impeçam a livre circulação das pessoas, dos pedestres.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

UFMG corta bolsas de iniciação científica




Estudante de Biologia da UFMG, Breno Mansur (foto) anda está no meio do curso, mas já começa a definir em qual área desta ciência pretende atuar. 

Pensa em fazer um mestrado voltado para a pesquisa, diz que gosta de microbiologia mas, atualmente, está centrado em seu estágio de iniciação científica.

Breno está aprendendo sobre microscopia eletrônica, um setor em atualização constante, com novas tecnologias, de última geração. 

Infelizmente, a maioria dos componentes é importada e a crise atingiu em cheio as universidades federais. “A gente vive de olho no câmbio, tem de acompanhar sempre”, diz.

Aliás, segundo ele, os estudantes vêm sentindo na pele o corte de bolsas de iniciação científica, o que afeta o aprendizado na prática, essencial à formação de bons profissionais e que sempre foi um dos focos da UFMG. 

A crise também chegou ao pessoal da limpeza e aos porteiros e segurança, que foram demitidos, lamenta.

Nas férias, Breno, que mora no São Bento desde os 12 anos de idade, aproveita o tempo livre para os passeios com Didu, o shitsu que já ficou famoso por suas peripécias no Parque da Barragem. 

O cãozinho “exige” o passeio diário, sem coleira, faz o seu próprio roteiro e encanta os frequentadores quando pula nos banquinhos ao lado da barraca do coco até escolher um para descansar.

“Em casa ele também é levado, não pode ver uma cadeira que pula em cima”, ri Breno, que é filho do engenheiro de Minas Maurílio Mansur, um dos maiores especialistas em dragagem do país, outro que também frequenta o Parque com Didu. (Post Tetê Rios) . 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Engenheiro da Cemig prevê uma década para recuperação do rio Doce


Neste janeiro de pouco movimento no parque da barragem, quando os belo-horizontinos aproveitam as férias escolares para viajar, transformando a capital em verdadeiro oásis de tranquilidade, com trânsito ameno, muito diferente de outros meses do ano, quem curtia a manhã de sábado com a família era o engenheiro químico Tiago Brito.

Junto da mulher, Juliana, da filhinha Luísa, de um ano e três meses e das cachorras Chanel, uma westi branca e Gentil, a pretinha, SRD (sem raça definida, o nome que agora é politicamente correto para os bons e velhos vira-latas), Tiago parou para um suco de coco depois de um bom passeio pelo espaço.

Morador do Estoril, ele gosta de levar a família ao parque aos fins de semana por causa da filha e das cachorrinhas: “temos a lagoa, o parque é muito arborizado, o ambiente é bom, a gente sente que a segurança melhorou muito”, observa.

Funcionário da Cemig, Tiago atua na área de tratamento da água, e acha que Minas conseguiu se segurar nestes tempos de seca. “Felizmente, temos a Copasa, que é referência nacional”, diz ele.

Embora não atue diretamente com o meio ambiente, o engenheiro acredita que o ecossistema do Brasil nunca mais será o mesmo, depois do rompimento da barragem da Samarco e da chegada da lama ao litoral baiano. 

“Ali fica a maior barreira de corais do Brasil, e a lama vai traçar um outro cenário, que ainda não podemos dizer qual será”, lamenta.

No entanto, diferentemente dos mais pessimistas, Tiago acredita que, em uma década, o Rio Doce estará plenamente recuperado do desastre. “O problema maior é o cidadão que depende do rio para sobreviver”, afirma o profissional. (Post Tetê Rios)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A árvore se foi mas outra já nasce por ali


O Sombrero estava mesmo infestado e foi sacrificado mais uma vez pelos funcionários da Fundação de Parques Municipais da prefeitura de BH.

Mais uma vez porque este Sombrero, árvore que produz a cortiça para rolhas de garrafas, nasceu com o parque, em 1996, esteve enorme, no alto da subida a montante do lago, foi sacrificado porque seu tronco já estava oco, renasceu, e agora se foi novamente.

O corte foi realizado com a poda e capina geral que está sendo feita no parque. As chuvas cooperaram com as plantas, o lago está cheio, mas mantém seu objetivo de ser um regulador e receptor das águas pluviais da região, mantendo a avenida Prudente de Morais a salvo das constantes enchentes do passado.

A frequência ao parque também aumentou de dois anos para cá, quando o 22º Batalhão da PM passou a destacar duplas de policiais para fazer a segurança na área. 

De lá para cá não se verificou um assalto sequer nas pistas de caminhadas.


A segurança vai aumentar ainda mais com a instalação de câmaras do “olho vivo” ao redor do batalhão, conforme anunciou o comandante, coronel Eucles Figueiredo.


domingo, 10 de janeiro de 2016

Romãs do parque escaparam da Folia de Reis


As romãs do Parque da Barragem Santa Lúcia passaram ilesas pelo 6 de janeiro, Dia de Reis, comemorativo católico que celebra a chegada dos três reis magos para conhecer e visitar o menino Jesus, nascido 11 dias antes.

Baltazar, o africano, levou mirra; Gaspar, indiano, levou o incenso; e o europeu Belchior levou ouro para o Messias, que representava a nobreza e a riqueza dos deuses.

Ninguém levou romã, mas a tradição informa que o Fruto Rei tem exatamente 613 bagos, número igual aos 613 mandamentos e provérbios judaicos da Tora. Assim, os judeus comem romã para comemorar o Rosch Hashanah e os católicos o Dia de Reis.


O parque tem três pés de romãs próximos ao passeio da avenida Artur Bernardes que mantiveram seus frutos, apesar de as romãs do sacolão Lisboa, grandes e vermelhas, estarem sendo vendidas, no dia 6, por R$10,00 cada uma.


sábado, 9 de janeiro de 2016

Em tempos de crise, despachos nada ortodoxos


Em tempos de crise vale tudo para tentar uma saída, uma solução. E as religiões e suas várias denominações e correntes são procuradas e abusadas de todas as formas.

Pois não é que de uns tempos para cá a pracinha da Gonçalves Veloso com Iraí tem sido procurada, e utilizada, para “despachos” nada ortodoxos?

A pracinha, agora denominada João Ivo de Azevedo, tem sido utilizada como local para a prática de Parkour, é ponto de encontro de funcionários do Epa Plus, alunos da escola estadual localizada ao lado sempre dão uma chegadinha ali para fumar uns baseados.


E agora isso. Despachos com prato ornamentado com flores e outro, em dias alternados, até com copo de vidro e guaraná barato, que a crise chegou também pros macumbeiros.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Brasil? Ora, ao invés de voar como gaivota, alçou apenas um voo de galinha


Moradora do São Bento há 12 anos, a psicanalista Valéria Brasil (foto)  acompanha a história do Parque da Barragem desde o início de sua construção. Pelo menos três vezes por semana ela cumpre caminhada prazerosa na pista, exercício intercalado com a musculação na academia, pra manter a forma.

Caminhar num espaço livre como o parque é um momento em que a pessoa pode pensar, encontrar soluções”, observa a profissional. 

Sobre o atual momento vivido pelo país, a psicanalista nota que a crise deixa as pessoas com um sentimento de desesperança, o que a inibe de achar soluções para  determinadas situações ou questões de sua própria vida.

Na sua opinião, a perda do poder aquisitivo traz consequências imprevisíveis na vida do cidadão, que geralmente demora a  aprender a lidar com a nova realidade. “É muito difícil”.

Para ela, o turbilhão pelo qual o país atravessa se deve, principalmente, ao fato de não ter feito o dever de casa corretamente. 

“Sinto que o Brasil alçou um voo de galinha, e não de gaivota”.

Embora goste do parque da Barragem, Valéria reclama da falta de manutenção mais constante. Mas observa que isto não é apenas um papel do Poder Público, mas também dos usuários: 

As pessoas são egoístas, o coletivo é algo que elas não têm dentro de si”, analisa.

Para a psicanalista, seriam necessárias várias ações para mudar a mentalidade das pessoas, especialmente um trabalho de educação constante. (Post Tetê Rios) 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Soldado Patrício, ouvido afinado para Deus, os homens, o Direito e a música


O policial militar Davidson Gomes Patrício, 26 anos, (foto), tem ouvido apurado, necessário para suas atividades profissionais, que ele atualmente utiliza nas rondas diárias que faz no Parque da Barragem Santa Lúcia junto com seu companheiro, cabo Jardel.

Nas agradáveis rondas no parque, o soldado Patrício tem ouvido mesmo os passarinhos, um ou outro latido e constantes elogios dos frequentadores, pois há mais de dois anos não há ocorrência de assaltos nas pistas do parque, desde que a PM alocou esta ronda diária na área.

Mas o ouvido absoluto de Patrício está voltado também para a música. Sim, o soldado estuda e pratica música desde os 13 anos, estimulado pelo amigo da família, o sargento PM Sidney Ferreira de Souza.

O soldado Patrício toca teclado, violão, guitarra e baixo. Toca em festas. Toca em reuniões de sua Igreja do Evangelho Quadrangular. Toca nas aulas que dá para 15 alunos em seu bairro Jacqueline, na região de Venda Nova.


Mas Patrício não ouve apenas os canarinhos, os elogios, os sons de seus instrumentos e as ordens militares: ele ouve também, todas as noites, seus professores da Faculdade de Direito Milton Campos. 

Ele cursa o 8º período e ainda tem um ano e meio para decidir se vira advogado, oficial da PM, missionário da música ou cria uma banda e sai por aí, tocando pela vida a fora.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A crise é grave. Chegou no lava a jato


Nascido e criado no Aglomerado Santa Lúcia, Gustavo Pereira (foto) ganha a vida lavando carros no Parque da Barragem, é o lava a jato da Artur Bernardes.

Pai de dois filhos, ele morava na avenida Artur Bernardes que circunda o parque,  dá acesso ao morro, em terreno de 100 m2 e, como outras centenas de famílias, teve sua casa desapropriada para dar lugar a uma grande avenida que vai ligar os bairros São Bento/Santa Lúcia ao Sion.

Diferentemente da maioria de seus vizinhos, Gustavo não quis se mudar para os apartamentos novinhos em folha do Programa Vila Viva, no Alto Santa Lúcia. 

Pegou o dinheiro da indenização e comprou outra casa, nas vizinhanças, onde já se instalou com a família. Conta que muitos vizinhos preferiram buscar outros bairros mais distantes ou cidades nos arredores da capital, como Contagem.

Mas ele preferiu ficar perto do trabalho. O problema, neste momento, é que a crise chegou até para os clientes antigos, gente ali de perto, donos de carros de luxo, que estão sumindo.

“Antes, nos finais de semana, eu lavava 16, 17 automóveis. Nos dias de semana, nunca eram menos de seis. Eu dava emprego para quatro ajudantes. Hoje, lavo de dois a três carros por dia, e olhe lá. Tive de reduzir os ajudantes a apenas um”, enxugar o negócio, reclama Gustavo.

Falante e bem humorado, ele se lembra dos bons tempos em que, nas sextas-feiras,  trabalhava até por volta das 19h. Atualmente, encerra o serviço ao meio dia. 

“Todo mundo está reclamando da crise e, mesmo eu baixando os preços da lavagem, de R$30 para R$ 25, a clientela desapareceu. Eu nunca vi uma crise assim em toda a minha vida”, constata, desiludido.

Gustavo é conhecido na região porque, antes de se tornar lavador de carros, trabalhou durante seis anos como segurança da academia do outro lado da rua. Há sete anos cuida dos carros dos frequentadores do parque e dos moradores dos arredores.

Ele conta que paga a Copasa pela água que usa, tem até um medidor ao lado da barraca do coco. Sua conta chegava a R$200 por mês, nos tempos das vacas gordas. Mesmo reclamando, ele espera que as coisas melhores neste 2016.

Enquanto isto, Gustavo vai vigiando o vai e vem das pessoas que chegam para a caminhada diária e, distraídas, acabam tropeçando nos passeios irregulares, muitos deles danificados pelas raízes das árvores.

“Já vi muita gente cair por aqui, principalmente pessoas idosas”, diz. Ele bem que tentou resolver o problema, com um remendo de massa de cimento e areia. Mas a solução durou pouco tempo. (Post Tetê Rios)

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Caramelo contra Negão e Orelhinha. Uma briga animal




No reino animal, todos sabem: cachorro come gato, gato come rato. No reino do parque da barragem as coisas não são bem assim, não.

Negão e Orelhinha, dois vira-latas que vivem nas pistas de caminhadas, passaram um aperto danado ontem exatamente porque foram se meter logo com quem? Um gato.

Pelo que se viu não era um gato qualquer. O “Caramelo”, assim chamado por sua cor, encarou Negão e Orelhinha, enfrentou os dois cães enormes, chegou a atacar Negão com um tremendo salto, e terminou por se refugiar na árvore em frente à barraca do açaí.

Os dois cães são da paz. Vadios, vivem por ali, não incomodam os frequentadores e ainda acompanham os policiais militares cabo Jardel e soldado Patrício na ronda diária que fazem no parque.


Mas o felino Caramelo, pelo sim, pelo não, não deu mole: mostrou as garras e se garantiu em mais um dia de sobrevivência, de briga de cão e gato.



segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Saltos, escaladas, tombos e prazer, este o Parkour, uma filosofia de vida urbana


O Parkour é uma experiência física, um modo de vida que cada dia mais jovens estão aderindo, especialmente nos grandes centros urbanos, com muitos parques, praças e obstáculos, de maneira que possam ser vencidos por saltos, escaladas, flexões, muitos arranhões, alguns ossos partidos e uma enorme satisfação por quem pratica este esporte do século XXI.

Criado na periferia de Paris, na França, por filhos de imigrantes árabes, o Parkour (parcour, percurso) ainda é uma atividade marginal, que depreda equipamentos públicos, pelo enorme esforço que suportam ao receber impactos de dezenas de quilos, corpos que caem de 4 ou 5 metros de altura, ou em velocidade.

Pertinho do Parque da Barragem Santa Lúcia, a “pracinha da Iraí”, praça João Ivo de Azevedo, ao lado do posto de Saúde Tia Amância, já é um ponto conhecido pelos praticantes do Parkour.

Rafael Ferreira Barros, 24 anos, formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, desempregado, e Luiz Henrique Costa Gonzaga, 24 anos, formado em educação física, saíram dos bairros do Calafate e da Floresta para se aventurarem nos muros e corrimões da pracinha.

Rafael, mais velho na atividade, até criou seus sete passos para explicar porque está no Parkour: 

1. Pela atividade física; 2. Para conhecer seu próprio corpo; 3. Para se adaptar ao dia a dia nas ruas; 4. Para se organizar física e mentalmente para algumas profissões de muito esforço, como na construção civil ou indústria naval; 5. 6. e 7. pela filosofia de Jackie Chan, o ator chinês, fugir ao invés de lutar, fugir de desastres naturais, como deslizamentos ou inundações; e fugir dos confrontos armados, especialmente nestes do dia a dia. 




Luiz Henrique Costa Gonzaga e Rafael Ferreira Barros, o Parkour como filosofia de vida