Acompanhado do pai, Antônio, e da mãe, Maria Aparecida, Gabriel Rodrigues, 10 anos, fazia sucesso na manhã de domingo no Parque da Barragem.
A bordo de um reluzente carrinho tipo rolimã, mas bem mais sofisticado, ele arriscava manobras arrojadas no espaço em frente à bica, arrancando suspiros de inveja de outras crianças de sua idade, principalmente os meninos.
Brinquedo cobiçado e predileto de muitos adultos, os carrinhos de rolimã marcaram época no século passado, para depois caírem no esquecimento.
Preteridos por conta de “máquinas” eletrônicas, movidas a pilha, de controle remoto, ou mesmo devido ao aumento do trânsito nas ruas das cidades, acabaram por se tornar inviáveis.
São poucas as crianças dos tempos atuais que viveram a emocionante aventura que era descer ladeiras a bordo dos carrinhos de madeira, gastando as solas dos tênis e sapatos, usadas como eficientes freios.
Filho de um técnico especializado na instalação de alarmes e sons de carros, mas um habilidoso designer de carrinhos, Gabriel tanto pediu que finalmente ganhou a sua Ferrari.
Bom, pelo menos a tinta vermelha é a autêntica que colore os bólidos da grife italiana. Explica-se: Antônio trabalha na Automax, revendedora Fiat localizada na Raja Gabaglia, e construiu o carrinho ali mesmo, nas folgas do almoço, tudo com material que viraria sucata. A pintura foi feita com restos de tinta vermelho Ferrari.
As rodas são de carrinhos de supermercado, destinadas à reciclagem. Os adesivos, da própria Fiat, do Punto e do Bravo.
Construído em ferro, o carrinho fez tanto sucesso que, antes de chegar em casa, Antônio foi parado e recusou R$ 600 pelo brinquedo. “Este é do meu filho”, argumentou, em resposta à avó ansiosa que o abordou querendo presentear seu neto com um brinquedo diferente.
Ele próprio surpreso com o sucesso, Antônio está pensando em comprar alguns equipamentos para uma fabricação caseira, de forma a atender as encomendas.
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