O que leva um administrador aposentado a retornar aos bancos
escolares e iniciar, na terceira idade, um curso superior de Belas Artes, e
numa escola especial, a Guignard, de Belo Horizonte, ali no bairro das
Mangabeiras?
Eduardo Tolentino (foto) caminhava todos os dias na pista do Parque
da Barragem, mas agora só de vez em quando, pois voltou a estudar, desta vez
artes plásticas, uma paixão antiga.
Agora aposentados, ele e a mulher, ex-professora de
Comunicação, com a filha formada, morando em Arequipa, no Peru, onde realiza
trabalho social, Tolentino desenferrujou as mãos, dedos ágeis no crayon e papel
Canson, passa seus dias na prestigiada Escola Guignard, projetada pelo renomado
arquiteto mineiro Gustavo Penna.
Como inúmeros caminhantes da pista do parque, Eduardo não
gosta de ficar parado e entende que precisa dar asas à imaginação, criar,
projetar, pintar, realizar, tirar da vida o prazer de estar vivo, com saúde e
ativo.
Ele comenta que agora, ao caminhar no parque, seus
olhos enxergam mais do que viam antes, pois sua visão do “entorno” se alterou.
“A gente se comporta como um fotógrafo que caminha com a máquina nas mãos e
olha, procura, sempre por novos ângulos”.
Como o pássaro abaixo (sabiá?), pousado ali na cerca do campo de futebol.