Fabíola Carvalho *
Quando se fala em lutar pelo meio ambiente, pelas
árvores, pássaros e nascentes, em plena metrópole, muitas pessoas desacreditam
dos resultados.
A luta por estas causas, numa área urbana como Belo
Horizonte, parece, para muitos, uma causa perdida, com interesses conflitantes
com grandes grupos, empreendimentos imobiliários milionários que detém poder
econômico e político.
Entretanto, a luta de uma minoria por uma causa social
pode sim surtir efeito.
Em Psicologia Social o estudo das chamadas Minorias Ativas
mostrou que a minoria pode sim influenciar grupos majoritários. Ao se
estabelecer um conflito de interesses abre-se a possibilidade para a mudança.
Mudança de conceitos, valores, atitudes.
É dentro desta perspectiva que ainda uma “minoria ativa”
do bairro Santa Lúcia busca preservar as
nascentes, este patrimônio hídrico do bairro.
Numa época em que a crise hídrica é assunto quase diário na mídia, poucos sabem
o que efetivamente se tem feito para preservar as nascentes que ainda existem
nas cidades.
No entanto se nenhuma ação for realizada, no sentido de
protegê-las efetivamente, seja por iniciativa pública ou da comunidade, a
degradação desses “Tesouros Líquidos” que a Mãe
Natureza nos presenteou será inevitável.
O risco da “invasão
imobiliária” é cada vez mais premente e o prejuízo ambiental pode ser enorme.
Os moradores do Bairro Santa Lúcia estão buscando junto
aos Comitês Hídricos formas de preservar as nascentes que ainda existem no
bairro para se evitar que elas sejam
apenas uma lembrança da memória saudosista daqueles que um dia tiveram a
oportunidade de conhecê-las. Lutemos pelas águas, lutemos pela vida.
* Fabíola Carvalho é psicóloga social e ativista comunitária.
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