Adelina Santos Lima (foto) é frequentadora assídua do Parque da Barragem. Além da ginástica às segundas e quartas-feiras, em programa gratuito da Prefeitura de BH, ela caminha regularmente pela pista, sempre bem cedinho, três voltas contadas rotineiramente.
Empregada doméstica aposentada , sua história é semelhante a de tantas outras mulheres retirantes, que um dia deixaram o Norte de Minas ou os Vales do Rio Doce e do Jequitinhonha para tentar a sorte na capital.
Casou-se, teve duas filhas, que criou sozinha – o marido foi assassinado quando elas ainda eram pequenas – e hoje, aos 65 anos, com 13 netos e seis bisnetos, uma casa própria ao pé do morro, bem ao lado do Batalhão, onde mora sozinha, ela não teme a violência nem a solidão.
Só tem medo de uma coisa: do mosquito da dengue.
E ele, mostra Adelina, ronda a periferia do Parque da Barragem, se reproduzindo no meio dos entulhos das casas derrubadas pela PBH para a construção de uma grande avenida que vai mudar a cara da região, rasgando o Aglomerado e ligando o Santa Lúcia ao Sion.
Primeiro com rapidez, os trabalhos, no entanto, embora continuem, estão lentos, com poucos funcionários, como constata a moradora.
Ela aponta locais de foco do temido inseto, ali, pertinho de sua casa, entre paredes que ainda se mantém em pé, janelas semidestruídas, paredes quebradas, lixo espalhado.
“De que adianta fazer campanha se o Governo não limpa a sujeira?”, reclama a moradora, preocupada com a própria saúde.
De seu cantinho, “uma casa simples e humilde, mas limpa e bem cuidada”, como faz questão de ressaltar, ela garante que cuida bem. O problema está lá fora, mostra, preocupada e sem esperanças de que a situação melhore. (Post Tetê Rios)
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