quinta-feira, 23 de abril de 2015

Lourdes vai ao parque mas não caminha, ela faz crochê para formar a filha


No próximo dia 27 de abril, comemora-se o Dia da Empregada Doméstica, aquela que nos dá condições de sairmos para batalhar o pão nosso de cada dia, nos ajuda a criar nossos filhos e, não raro, torna-se nossa grande amiga, agregando-se à família.

É assim a história de Lourdes Martins Figueiredo, que há 29 anos trabalha na mesma casa, no Bairro Santo Antônio. Quando começou, as duas filhas do casal eram pequenas, que viu crescerem, tornarem-se adultas, se casarem.

Neste meio tempo ela também teve uma filha, Rosimeire, hoje com 21 anos, estudante de Educação Física. Seu maior sonho é ver a filha se formando na Universo.

Como não conseguiu o Fies, ela se vira para pagar a faculdade: além do trabalho doméstico, faz faxinas aos sábados e feriados e, nas horas vagas, panos de prato para vender.

Moradora do Bairro Santa Mônica, atravessa a cidade todos os dias para trabalhar. Antes de pegar no batente, passa umas horinhas no que considera o seu ateliê: um banco do Parque, onde faz os bicos de crochês nos caprichados panos de prato.

Não lhe faltam encomendas: ali mesmo produz, ali mesmo comercializa toda a sua esmerada produção. Lourdes vai se aposentar no ano que vem e poderá usufruir dos novos direitos trabalhistas da classe, como o FGTS.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil é o país que mais possui trabalhadores no setor doméstico. São nada menos de cerca de 7,2 milhões trabalhando em casas de família.  (Post Tetê Rios)

Nenhum comentário:

Postar um comentário